Pax
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
| Postado por Clarissa | às quarta-feira, agosto 18, 2021 | 0 comentáriosOnde
quinta-feira, 5 de agosto de 2021
| Postado por Clarissa | às quinta-feira, agosto 05, 2021 | 1 comentáriosPor onde estive eu, que não aqui?
Estive do outro lado do oceano. E voltei. Ir foi difícil, voltar foi muito mais. Estive do lado do gestar e da dor mais doída desse mundo que é parir, virei do avesso ao me tornar mãe, e do avesso não voltei - parte não quis, parte não consegui. Só (me) transformei. Estive no início e estou no meio de uma pandemia que me afastou de tanto na vida, de tanta gente e de mim, também.
Todas as palavras escritas por mim antes ainda fazem sentido e pertenço à elas. Mas eu sou um pedaço bem diferente do que eu era. Tão outra.
Escrever, no entanto, não importando a senóide da vida e o pulsar do Universo, continua sendo meu norte. Escrever fica escondido na alma, mas quando eu decido olhar pra ela de frente, quando consigo, ela me ri e me fala, despretensiosa: "Escreva. Qualquer coisa. Só escreva."
E, de novo, olha eu aqui. Eu já bem outra, mas ainda eu.
Vamos.
Sou o Vento
terça-feira, 12 de setembro de 2017
| Postado por Clarissa | às terça-feira, setembro 12, 2017 | 3 comentáriosPensar no que eu seria caso não fosse humana sempre foi ato recorrente no meu imaginário. Divertido me colocar em outras vidas e sonhar com outras formas de ser. Quando criança, tive passarinhos de estimação – que, logo concluí, não deveriam permanecer presos em gaiola. E quando se foram dessa existência, eu não quis ter mais pássaros presos. Só quis admirar e amar os que eram soltos por aí. E ali decidi que, não fosse humana, seria eu passarinha. Pra voar, ir longe, ser leve e delicada, vivaz e colorida, para cantar. Quem nunca ouviu o canto de um Blackbird, que conheci nas Primaveras em que vivi na Eslováquia, não sabe qual é a voz pura da natureza. Mas isso pode ser assunto pra outro dia.
As resoluções infantis crescem e amadurecem e, não sei se por conta dos anos, não sei se por causa da vida e de suas lições, por conta da vontade de ser diferente ou mesmo pela abertura da alma (aos poucos, aqui tem chão ainda), eu me vi outra coisa desde jovem - se não tivesse nascido o que chamam de gente humana. Não seria mais um pássaro, embora continuasse amando a idéia. Não seria um animal.
Eu seria o vento. Como gostaria de ser.
O vento? O vento, que não tem sexo nem cor, nem nome próprio, nem endereço, nem mãe ou pai, irmãos ou filhos, nem idade, nem de onde e nem para onde? Sim, o vento – porque ele pode, de maneira simples, ser muito mais do que todos esses paradigmas humanos.
O vento é dos sentidos. Você o vê nas árvores balançando as folhas, nos cabelos, secando as roupas do varal, atrás de corredores ou veículos velozes, sob as asas dos pássaros e dos aviões. Você pode ouvi-lo dobrando as esquinas, uivando pelas janelas ou deslizando livre junto às ondas do mar, fazendo soar sinos e mensageiros (do vento!) nas varandas. Ele traz aromas, fragrâncias e memórias olfativas, transportando os cheiros e despertando vontades ou arrepios. Você pode sentir o vento. Tocar na força dele com as mãos, sentir sua chegada nas bochechas e cabelos, se refrescar quando tiver calor ou fugir dele quando sentir frio.
E o vento faz tudo isso sendo transparente. O vento é leve no peso, mas pode ter força no impacto, ou pode ser brisa suave. O vento é livre! Não tem amarras nem destino fixo; ele passeia por todos os lugares e conhece todas as pessoas, não se prendendo a nenhuma. O vento é constante, ele existe, ele está, ele vai e volta, é presente. Presente, sem ter tempo definido, ainda assim.
Já que não nasci vento, só de ouvi-lo passar, vale a pena estar aqui.
Luzes e Camélias
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
| Postado por Clarissa | às segunda-feira, novembro 08, 2010 | 3 comentáriosMe bateu uma preguiça, mas concordei. Vamos lá: pego o elevador, saio pelo hall, e que surpresa. Os coqueiros em volta da psicina e o pergolado de madeira, que a construtora chamou de "área zen", totalmente decorados com luzes de Natal. É Novembro e já podemos decorar nossas casas com o tema natalino. Meu prédio está lindo desse jeito, iluminado. E eu nem sonhava.
No trajeto até a portaria, outra surpresa. Antes, devo dizer que sou perdidamente apaixonada pelo aroma da Camélia, a flor. Sim, aquela que caiu do galho na música. Para mim ela tem cheirinho de infância e me traz felicidade e segurança. Pois bem. No trajeto, sou tomada por uma fragrância deliciosa de Camélia, que invade a noite quente de Primavera. E novamente vejo que nem fazia idéia da existência da minha flor de aroma favorito em minha própria residência.
Eu sempre me maravilho com as luzes de Natal, e ao sentir o aroma da Camélia, sempre e involuntariamente fecho os olhos, respiro fundo, e agradeço a Deus pela oportunidade de estar ali e me sentir daquela forma. "Obrigada pela flor, por este cheiro bom, por eu poder estar aqui.".
Me senti especialmente agraciada com essas coisas simples, tão perto de mim, e das quais eu estava tão alheia. Agora eu sei. E, num dia ruim, vejo o quanto Deus prepara tudo para que, de alguma maneira, nos sintamos especiais. Tão simples.
Até a próxima. ;D
Motivo
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
| Postado por Clarissa | às quarta-feira, novembro 03, 2010 | 3 comentáriosO motivo da foto acima? Achei que registrou um momento lindo de inocência e alegria genuína que é inspirador. Motivo: está aí um poema da Cecília Meireles que resume a maneira como encaro minha vida. Em cada verso.
Hoje o dia está ensolarado, celebrando a vida. A rotina segue, e eu canto porque o momento existe!
O poema segue abaixo. Apreciem e reflitam.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.
Cecília Meireles
Comentem! Até a próxima. ;D
Dia de Sopa na Padaria
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
| Postado por Clarissa | às segunda-feira, setembro 13, 2010 | 4 comentáriosEu te amo, poesia!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
| Postado por Clarissa | às segunda-feira, agosto 02, 2010 | 2 comentáriosComentem!
Beijosss e até a próxima!
Poesia Minha
Em tudo está,
Tudo contém.
É alento - e o dá
Ao mundo que lhe convém,
Não necessita de rimas,
Ainda que sejam belas,
Mas as tornam obras-primas
E nos fazem loucos por elas,
É alimento, é saída,
A esperança de um dia,
É o sonho de uma vida,
É a eterna poesia!
O lirismo,
Alegria,
O sarcasmo,
Sinfonia!
Eu te amo, poesia!